
O Instituto Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (INPETI), entidade responsável por prover a sustentação jurídica, financeira e administrativa do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a Adolescentes no Trabalho (FNPETI) inicia um novo ciclo com a posse da nova diretoria. A presidência passa a ser exercida por Eliane Araque dos Santos, que já ocupou esse cargo há cerca de duas décadas e, ao seu lado, assumem a tesoureira Maria América Diniz Reis e a secretária Letícia Diniz.
A nova diretoria do INPETI pretende elaborar um plano de ação com prioridades para os próximos dois anos, considerando tanto problemáticas já conhecidas do trabalho infantil quanto novas situações trazidas por fóruns estaduais e parceiros da rede.
Para Eliane, um ponto de atenção é o fortalecimento das articulações locais e regionais e a busca por captação e uso estratégico de recursos para a viabilização das ações planejadas.
Além disso, em entrevista ao Boletim FNPETI em Ação, Eliane Araque destacou os desafios da nova gestão diante das mudanças nas formas de exploração do trabalho infantil no Brasil:
“As situações de trabalho infantil hoje são mais complexas, como a realidade de crianças e adolescentes no mundo digital, em situação de trabalho, buscando projeção e ganhos, com muita exposição e prejuízos ao seu desenvolvimento pleno. Além disso, temos a realidade sempre presente da exploração sexual e da exploração pelo tráfico de drogas”, afirmou.
Segundo a presidenta, embora o país tenha registrado avanços no enfrentamento à prática ao longo das últimas décadas, a pandemia agravou a situação com o aumento da vulnerabilidade social e impactos negativos na educação, provocando uma alta nos índices de trabalho infantil. Com isso, o Brasil dificilmente conseguirá cumprir a Meta 8.7 da Agenda 2030, que prevê a erradicação do trabalho infantil em suas piores formas até 2025.
“Essa meta está longe de ser atingida em um futuro próximo. Isso impõe um desafio ao Governo e a todas as pessoas, organizações e órgãos que atuam na proteção de crianças e adolescentes. É também um desafio para o FNPETI e, portanto, para o INPETI, que tem como missão garantir a sustentação das ações necessárias para esse enfrentamento, o que exige mobilização constante”, destacou Eliane.
Para ela, o compromisso institucional do INPETI se reflete no enfrentamento às violações de direitos na infância e na adolescência e pela luta por uma infância livre do trabalho, com base em evidências, articulação interinstitucional e atuação em rede.