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Tráfico de Pessoas e Trabalho Infantil: graves violações invisibilizadas que precisam ser enfrentadas

Brasília, setembro de 2025 – O Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a Adolescentes no Trabalho (FNPETI) alerta para a grave relação entre o tráfico de pessoas e as piores formas de trabalho infantil. As datas de 23 de setembro - Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças30 de setembro, Dia Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, são oportunidades para chamar atenção da sociedade e do poder público sobre a exploração de crianças e adolescentes em situações de violência e vulnerabilidade.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), crianças representam cerca de um terço das vítimas de tráfico de pessoas no mundo, sendo exploradas principalmente no trabalho forçado, no tráfico de drogas e na exploração sexual comercial. No Brasil, dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública revelam que adolescentes estão entre os grupos mais vulneráveis ao aliciamento por redes criminosas, sobretudo em regiões de fronteira, áreas rurais e contextos urbanos de pobreza extrema.

O trabalho infantil associado ao tráfico de pessoas se expressa em situações como:

  • Exploração sexual de crianças e adolescentes, reconhecida como uma das piores formas de trabalho infantil pela Convenção 182 da OIT;

  • Utilização de meninos e meninas no tráfico de drogas, em atividades de transporte, venda e vigilância;

  • Trabalho forçado em setores como agricultura, mineração, atividades domésticas e exploração em feiras ou ruas.

Segundo a secretária executiva do FNPETI, Katerina Volcov, “é urgente reconhecer que o tráfico de pessoas e o trabalho infantil não são problemas separados, mas dimensões interligadas da violação de direitos humanos. Crianças traficadas são, muitas vezes, condenadas a formas cruéis de exploração que comprometem sua infância, saúde, educação e futuro”.

O enfrentamento dessas violações exige políticas públicas integradas entre justiça, segurança, assistência social, educação, saúde e trabalho e renda às famílias. Também é fundamental fortalecer a rede de proteção social nos territórios, garantindo mecanismos de denúncia acessíveis.

Sobre o FNPETI

 Criado em 1994, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil é uma estratégia da sociedade brasileira de articulação e aglutinação de atores sociais institucionais, envolvidos com políticas e programas de prevenção e erradicação do trabalho infantil no Brasil. Como instância autônoma de controle social, legitimado pelos segmentos que o compõem, coordena a Rede Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, formada pelos 27 Fóruns de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador e as entidades-membro.

Canais de denúncia: