A III Conferência Global sobre Trabalho Infantil teve início nessa terça-feira (8/10), em Brasília, com a Orquestra de Heliópolis interpretando a obra de Zequinha de Abreu, "Tico-Tico no Fubá". A orquestra é um projeto do Instituto Baccarelli com a comunidade de Heliópolis.
Na sequência, o diretor geral da OIT, Guy Ryder fez a fala de abertura, em que frisou a importância da educação e das políticas sociais para combater o trabalho infantil, e elogiou o Brasil por liderar esse processo. Ryder apontou os números do trabalho infantil no mundo, 168 milhões de crianças e adolescentes, sendo que a maioria se concentra na agricultura. O diretor geral da OIT reforçou o apoio a instituições e inciativas de combate ao trabalho infantil, bem como a contrapartida necessária por parte dos governos.
A presidente Dilma Rousseff destacou a importância em garantir a plena proteção de crianças e adolescentes e afirmou que a erradicação do problema exige esforço de todas as nações e a articulação de governos, empregadores, trabalhadores e sociedade civil. A presidente chamou a atenção para umas das piores formas de trabalho infantil, a exploração sexual e pornografia infantil, e citou um acordo criado entre os países do Mercosul, a estratégia regional de luta contra o tráfico de crianças e adolescentes para fins de exploração sexual nas zonas de fronteiras comuns, já atende hoje 15 cidades vizinhas nas fronteiras entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Dilma pontuou que o foco nos mais vulneráveis é o caminho para a superação da miséria, um dos determinantes do trabalho infantil. "Se a família não sai da miséria, a criança também não", concluiu.
A sessão plenária com o tema "A Erradicação Sustentável do Trabalho Infantil: um desafio global", teve a participação de Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome;
Kailash Satyarthi, Marcha Global contra o Trabalho Infantil; Liliane Ploumen, ministra da Holanda para Comércio Exterior e Cooperação Internacional; Octavio Carvajal Bustamante, da Organização Internacional de Empregadores (OIE) e Jeroen Beirnaert, da Confederação Sindical Internacional (ITUC).
À tarde os participantes se dividiram em semi-plenárias para debater os temas Violação de Direitos de Crianças e Adolescentes em Atividades Ilícitas, Trabalho Infantil e Migrações, Trabalho Infantil Doméstico e Gênero e Trabalho Infantil na Agricultura com especialistas de diversos países.
O evento conta com transmissão ao vivo pela TV NBR e Radiosat. A cobertura também está sendo feita pelos 27 adolescentes brasileiros que participaram dos encontros preparatórios, com o apoio da Agência Jovem de Notícias. Para acompanhar a cobertura, acesse: http://www.agenciajovem.org.
Na quarta-feira, a sessão plenária será aberta por ministros, empregadores, trabalhadores e ONGs. À tarde, os temas das semi-plenárias serão Modelos de Educação e Escolas, Produção de Estatísticas, Papel do Sistema Judicial no combate ao trabalho infantil, Trabalho Infantil Urbano e Trabalho Infantil nas Cadeias Produtivas.
O evento se encerrará na quinta-feira (10/10) com a sessão plenária "Como acelerar a luta contra o trabalho infantil".