Notícias

SRT/BA debate trabalho infantil com baianas de acarajé

A fim de conscientizar sobre os malefícios que o trabalho infantil causa na vida das crianças e adolescentes, a Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT/BA) participou, na tarde de 9 de março, de um encontro com baianas de acarajé na Ilha de Vera Cruz. O evento foi promovido pela Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM) e contou com a presença de diversas baianas que atuam na ilha e representantes da Secretaria Municipal do Turismo, Cultura e Esporte; Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, além de membros da sociedade civil.

Durante o evento, o coordenador do projeto de Fiscalização de Combate ao Trabalho Infantil da SRT/BA, Antônio Inocêncio, falou sobre os riscos que as crianças estão expostas ao trabalharem no preparo e na comercialização dos acarajés, pois são atividades que envolvem frituras, manuseio de instrumentos cortantes, como facas, exposição direta e por longos períodos ao sol, dentre outros.

 "Inicialmente as baianas estavam bastante resistentes às informações, visto que todas também foram jovens trabalhadoras e se consideram bem sucedidas. Superada a resistência inicial, as participantes entenderam que, se não bastassem os prejuízos ao desenvolvimento físico e mental de crianças e adolescentes, a ocorrência da mão de obra infantil nessas atividades está se tornando fator dificultador para que as baianas tenham rendimentos satisfatórios. As baianas relataram que algumas concorrentes têm levado até oito meninos para o trabalho, principalmente em praias, deixando-os correndo pela areia, com cardápios em mãos, invadindo o espaço de outras baianas", explicou Inocêncio.

A presidente da ABAM, Rita dos Santos, mencionou que até pouco tempo acreditava que estar com o filho junto ao tabuleiro era sinônimo de segurança. Agora, Rita reconhece que o trabalho da baiana do acarajé, sobretudo nas praias, não é adequado a quem tem menos de 18 anos.