AC: Ação flagra crianças de 5 a 12 anos trabalhando em casas de farinha

Foto: Cícero R. C. Omena - Casa de farinha
Um trabalho de conscientização contra o trabalho infantil, feito pela Secretaria de Assistência Social de Cruzeiro do Sul (AC), flagrou crianças de 5 a 12 anos trabalhando em casas de farinha no município. Crianças manuseando facões e carregando sacos com até 50 quilos foram algumas das situações encontradas. A ação ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de julho.
A coordenadora de Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti), Eva Bezerra, disse que o trabalho está sendo constante em comunidades rurais do município. “Das 27 casas, em três foram identificados casos de trabalho infantil. Encontramos, inclusive, crianças de cinco anos com facões e carregando sacos de farinhas nas costas”, relatou.
As casas de farinha que participaram da ação nas comunidades Pentecoste, Santa Bárbara, Belo Jardim, Ramal do Japãozinho, Vila Assis Brasil e Ramal da Mariana I. “Nessas farinhadas têm várias famílias que trabalham para poder fazer a farinha, então, conseguimos fazer o trabalho de conscientização com 41 famílias que é o nosso grande objetivo”, acrescentou.
Eva explica que a maior dificuldade encontrada pelos assistentes sociais e demais parceiros foi a resistência das famílias em aceitar que o trabalho infantil é ilegal. “A população até geral não entende que é errado, então, é um trabalho muito difícil. Os pais já têm essa cultura enraizada de que os filhos necessitam trabalhar para aprenderem desde cedo a profissão. Lugar de criança é na escola e não trabalhando em casas de farinhas”, enfatizou a gestora.
A maior incidência encontrada na ação foram crianças de cinco anos trabalhando com facões sem nenhum tipo de equipamento de segurança. Crianças de sete e 12 anos também foram vistas carregando sacos de farinha.
“Encontramos em uma casa de farinha duas crianças de 5 anos raspando mandioca com facões em cima das pernas, armas enormes que não sabemos nem como essas crianças conseguiam manusear aquilo”, completou.
A partir dessas informações, a Assistência Social vai elaborar um documento que será entregue ao Ministério do Trabalho para que as medidas cabíveis sejam tomadas.