
A professora da rede pública de São Paulo Débora Garafolo contou, em artigo publicado na revista Nova Escola, a experiência de levar o tema do trabalho infantil para a sala de aula de turmas do 5º ao 7º anos, em que havia maior incidência de casos.
"Assistimos ao curta “Menino de Carvão” (roteiro e direção de Fram Paulo) e também realizamos a leitura dos Direitos da Criança e do Adolescente em forma de cordel, conversando sobre o assunto logo depois. Foi um momento de muita emoção e também uma oportunidade para as crianças relatarem suas próprias histórias. Entre muitos relatos, alunos contaram que já possuíam responsabilidade com a casa e com os irmãos mais novos, enquanto outros também trabalhavam fora de casa, vendendo doces no semáforo, entregando materiais pelo bairro ou engraxando sapatos em locais movimentados, como estações de metrô". Contou em seu texto.
"Essa ação foi muito importante, pois infelizmente muitas pessoas não tinham conhecimento do que é o trabalho infantil. Ao percorrer a comunidade com os estudantes e abordar pessoas para conversar sobre o projeto, uma senhora nos contou que não tinha conhecimento que deixar sua neta menor de 10 anos como responsável por serviços domésticos, refeições – o que fazia com que, muitas vezes, faltasse na escola –, se enquadrava em trabalho infantil."