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II Marcha Contra o Trabalho Infantil reúne 200 mil pessoas nas ruas de Belém

Marcha mobilizou milhares de pessoas contra o trabalho infantil
Marcha mobilizou milhares de pessoas contra o trabalho infantil

A II Marcha de Belém Contra o Trabalho Infantil reuniu mais de 200 mil pessoas no último domingo (1º) nas ruas da capital do Pará, com o objetivo de conscientizar sobre os danos do trabalho precoce.

A II Marcha foi organizada pela Justiça do Trabalho da Oitava Região (TRT-8), por meio da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, pelo Fórum Paraense de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalho do Adolescente (FPETIPA), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT). O evento teve o apoio de diversos parceiros, movimentos sociais e a imprensa. 

"O FPETIPA congrega 43 instituições governamentais e não-governamentais. Cada órgão que faz parte do FPETIPA foi mobilizado para articular seu material e divulgação. A Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda  do Pará (Seaster) articulou e forneceu material para quase 144 municípios", detalha a secretária executiva do Fórum Estadual, Kleidilena Andrade. 

“Foi um evento histórico, em que vivemos emoções indescritíveis, que ficarão gravadas pra sempre em nossa memória e em nossos corações”, declarou a desembargadora Maria Zuíla Dutra, integrante da Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Infantil da Justiça do Trabalho. 

A concentração começou às 7h30, na Escadinha do Cais do Porto, em direção a Avenida Presidente Vargas e parte da Avenida Nazaré. Ao longo do trajeto, associações, entidades, instituições públicas, organizações não governamentais, representantes do setor privado e da sociedade civil organizada caminharam para defender o direito ao desenvolvimento pleno e sem trabalho infantil de crianças e adolescentes. No encerramento do evento foi lida a Carta de Belém pela Erradicação do Trabalho Infantil no Brasil.

"Foi um evento maravilhoso. É emocionante ver tantas pessoas engajadas em prol de uma tão nobre causa que é a luta contra o trabalho infantil. Um evento de extrema importância de conscientização, pois essa não é uma realidade só do Pará ou do Amapá e, sim, de todo o Brasil e precisamos marchar, precisamos lutar e dizer NÃO ao Trabalho Infantil", Darah Alessandra, ativista, representante do FEPETI-AP e do Conapeti.

Em cima dos trios elétricos, comunicadores leram mensagens de conscientização sobre os males provocados pelo trabalho infantil, trechos de leis que protegem a infância e mensagens dos parceiros do evento. 

 Maria Zuíla Dutra foi trabalhadora infantil e tem uma vida dedicada a lutar pelo protagonismo de crianças e adolescentes para evitar o trabalho precoce, explica que o objetivo da Marcha é mobilizar a sociedade em torno de um problema que ainda é uma realidade na vida de milhares de crianças e adolescentes na Amazônia.

“Considerando que a naturalização do trabalho infantil e a falta de conscientização da sociedade são grandes entraves para erradicar o trabalho infantil, esse tipo de ação é muito importante porque chama a atenção e mobiliza todos os seguimentos da sociedade e dos órgãos públicos e privados para o problema. Já pensou se fizéssemos em todo o Brasil o que fizemos em Belém?”, declarou a desembargadora. 

Catavento e bandeiras
No início da II Marcha faixas foram estendidas e conduzidas, durante o percurso, por voluntários do Projeto Padrinho Cidadão, uma das ações desenvolvidas pela Justiça do Trabalho da Oitava Região com o objetivo de contribuir para o pleno desenvolvimento de adolescentes baixa renda. O público-alvo são adolescentes que moram na periferia de Belém e estão em situação de trabalho infantil ou de vulnerabilidade social. 

Milhares de cataventos de cinco pontas coloridas foram confeccionados por organizações voluntárias. Nas cores azul, vermelho, amarelo, verde e laranja, o catavento representa os cinco continentes e se tornou o símbolo mundial da luta contra o trabalho infantil. 

Houve também a formação de um catavento humano que girava na avenida, por alunos da escola Waldemar Ribeiro.

O ativista social Felipe Caetano, jovem cearense, que foi trabalhador infantil desde os 8 anos de idade e hoje é um defensor dos direitos de crianças e adolescentes, também participou da II Marcha de Belém. "Foi muito emocionante. Para quem, dia a dia, combate o trabalho infantil, essa demonstração popular de apoio à nossa luta nos enche de ânimo para continuar essa caminhada. E isso é importante para a sociedade se conscientizar sobre qual o verdadeiro local de criança e do adolescente, que estes têm o direito de ter suas infâncias e adolescências plenas, como manda a lei!", Felipe Caetano, ativista e integrante do Conapeti.

Os Municípios e Distritos que estiveram presentes com suas representações na II Marcha de Belém contra o trabalho infantil foram Abaetetuba, Acara, Altamira, Ananindeua, Baião, Barcarena, Breves, Bragança, Cametá, Capanema, Canaã dos Carajás, Castanhal, Chaves, Curralinho, Distrito de Icoaraci, Distrito de  Mosqueiro, Distrito de Outeiro, Eldorado do Carajás, Gurupá, Igarapé Miri, Jacundá, Marabá, Marituba, Muaná, Paragominas, Parauapebas, Quatipuru, Santa Bárbara, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Joao da Ponta, Tomé Açu , Tucuruí e Vigia de Nazaré.

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