As atividades educativas, promovidas pela Fundação Telefônica|Vivo e pelo Aprendiz, permitiram que as crianças debatessem e produzissem vídeos sobre o trabalho infantil.
Em roda, as crianças se apresentaram umas às outras e, em seguida, conversaram sobre a garantia de seus direitos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Tutelar e o trabalho infantil, uma das principais violações aos direitos infantojuvenis. Na ocasião, foi citado o artigo 60 do ECA, que diz: "É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos".
Quando questionados sobre o que era trabalho infantil, ou ainda se realizavam algum tipo de trabalho, muitas crianças demonstraram conhecimento sobre o assunto. "Mas criança não tem que trabalhar. Ela tem que estar descansada para ir para escola e conseguir aprender de verdade", disse a menina Kauane Bispo Santos, de 9 anos. "Minha mãe me deixa brincar, jogar videogame e pular corda sempre que quiser, mas minhas notas na escola têm que ser boas", acrescenta Nicolas Miranda Neto, de 11 anos. No entanto, outras afirmaram que possuem a obrigação de, diariamente, arrumar a casa, lavar a louça, limpar o banheiro e cuidar dos irmãos mais novos.
Antes do início da produção dos vídeos, as crianças viram a imagem de um menino vendendo alimentos na praia e foram convidadas a desenhar outra realidade para esse garoto. As crianças foram divididas em grupos e, com papéis, canetas e giz de cera coloridos, desenharam atividades que gostariam que aquele menino estivesse fazendo, como atividades esportivas ou culturais.
Após desenhar, as crianças tiveram uma pequena aula sobre técnicas de filmagem. E ficaram sabendo que realizariam, com os desenhos, um "vídeo de bolso". Esse tipo de vídeo é produzido por algum equipamento simples - daí o nome - como celulares que possuam câmeras integradas.As histórias foram gravadas por meio de celulares e narradas e ilustradas pelas crianças. Após o término das oficinas, cada uma ainda recebeu materiais, como gibis e letras de música, sobre o que aprenderam ao longo do dia.
Para Fernanda Cocitta, da Fundação Telefônica|Vivo, "essas oficinas foram muito importantes por trazer o conceito do trabalho infantil de maneira lúdica para as crianças. A partir disso, elas podem levar as informações que receberam para a família e a comunidade em que vivem, conscientizando mais pessoas". Camila Aragón, também da Fundação, frisa a importância do uso das TICs no combate ao trabalho infantil: "as oficinas mostram que podemos utilizar a comunicação, os celulares, como forma de transformação social. Além disso, é legal conscientizar a população, por meio da viralização desses vídeos na internet, com o ponto de vista das crianças, que são aqueles que sofrem com essa prática".
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Fonte: Pró-Menino - 12/06/2012