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Saiu na imprensa: O Trabalho Infantil tem cor

Arte: O Estado do Piauí
Arte: O Estado do Piauí

O jornal O Estado o Piauí publicou, na segunda-feira (23), uma reportagem especial sobre o trabalho infantil no estado nordestino. O texto detalha as características do trabalho precoce na unidade federativa, com base no estudo "O trabalho infantil no Brasil: uma análise dos microdados da PnadC 2019", publicado em junho pelo FNPETI. 

Confira um trecho: 

José* espera em pé na calçada o semáforo ficar vermelho para poder ir para frente dos carros e fazer malabares com duas bolinhas verdes ao pé do sinal localizado no Balão da Tabuleta, zona Sul de Teresina. Após alguns segundos, quando termina a apresentação, caminha entre os automóveis, recolhe as moedas e se posiciona no lugar que estava antes para seguir seu ritual de toda manhã: trabalhar no sinal para conseguir dinheiro.

O jovem negro com roupas desgastadas, de corpo franzino e cabelo raspado tem 15 anos. Mas seu olhar infantil faz parecer que é mais novo. Ao nos aproximarmos, fica agitado e desconfortável. Mas logo depois, conversa abertamente, mesmo sob observação de dois homens adultos que estão próximos e o fiscalizam.

O malabarismo que faz diariamente para se manter, está sendo repassado para os irmãos mais novos, que ficam com a mãe em outro sinal na mesma região. Ao ser questionado sobre a escola, afirma que nunca foi e não tem vontade de ir. “Só queria ir para poder brincar”, afirma. 

A realidade de José* se assemelha as 51.803 crianças e adolescentes no Piauí em situação de trabalho infantil, segundo registro do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) em 2019, última pesquisa realizada pelo órgão. De acordo com o estudo, esse quantitativo de crianças e adolescentes trabalhadores dedicam cerca de 10,5 horas do seu dia sendo exploradas no Piauí.

Os dados do FNPETI revelam uma predominância: jovens negros de 16 a 17 anos, do sexo masculino é o perfil que mais está em condição de trabalho infantil no Piauí. Em geral, esse grupo pertence a famílias pobres e encontra trabalho nas lavouras. Em relação a crianças e adolescentes do sexo feminino, a predominância é de meninas negras que trabalham em ambiente doméstico. 

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