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Crianças arcam com o pior da covid-19, dizem estudos do Vaticano

Por: Daniella Longuinho* - Repórter da Rádio Nacional – Brasília

As crianças de todo o mundo estão arcando com o pior da pandemia de covid-19, sendo alvo de aumentos acentuados de casos de violência, abuso, trabalho infantil, evasão escolar e desnutrição. É o que mostram dois estudos divulgados pelo Vaticano e pela Pontifícia Academia para a Vida, realizados com base em dados da Organização das Nações Unidas.

A pandemia lançou 159 milhões de crianças na pobreza, revertendo tendência animadora de redução desse quadro social, e aumentou para 160 milhões o número de crianças no mundo submetidas ao trabalho infantil.

A diretora-executiva da agência de desenvolvimento infantil ChildFund Brasil, Anette Trompeter, destaca o impacto da pandemia entre os mais vulneráveis e defende o ensino presencial para como forma de assegurar os direitos das crianças.

Dados do Disque Direitos Humanos apontam que mais de 80% dos casos de violência contra crianças no Brasil ocorrem dentro de casa. Anette Trompeter lembra que a pandemia evidenciou essa realidade e provocou o aumento das ocorrências.

As pesquisas do Vaticano estimam que, até setembro de 2021, mais de cinco milhões de crianças perderam um dos pais, avô detentor da guarda ou cuidador secundário. Sobre os órfãos da pandemia, Anette Trompeter ressalta a importância de uma rede de apoio em favor das crianças. 

Os estudos do Vaticano mostraram ainda que a taxa de evasão escolar teve crescimento considerável no sul do planeta com a pandemia, e que mais de 10 milhões de crianças de todo o mundo podem não voltar mais às salas de aulas.

 

*Com informações da Agência Reuters e produção de Ariane Póvoa e Joana Lima. Edição: Roberto Piza / Beatriz Arcoverde

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