
Com o lema “Transformar os nossos compromissos em ação” e o slogan “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro”, a Campanha Nacional de 12 de Junho de 2025 mobilizou milhares de pessoas em todo o país, reafirmando a urgência do enfrentamento ao trabalho infantil no Brasil. Correalizada pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a Adolescentes no Trabalho (FNPETI), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a campanha contou com a articulação dos Fóruns Estaduais, da Rede de Proteção e de parceiros institucionais das esferas pública e da sociedade civil.
Presente em todas as regiões do Brasil, a mobilização promoveu seminários, audiências públicas, oficinas, caminhadas, concursos culturais, atos em escolas, universidades, feiras e espaços públicos, além de forte atuação nas redes sociais. A campanha de 2025 se destacou pela diversidade de ações territoriais e pelo protagonismo de adolescentes, educadores e agentes da Rede de Proteção.
A edição deste ano foi marcada por um chamado à ação concreta, diante do agravamento das formas tradicionais de trabalho infantil e da ascensão de novas modalidades, como o trabalho infantil digital, o empreendedorismo precoce e o uso indevido da imagem de crianças em plataformas online. A campanha buscou reforçar que a infância acontece no presente e que não há mais tempo a perder: a proteção de crianças e adolescentes exige decisões e políticas públicas efetivas, com orçamento, fiscalização e participação social.
Durante o mês de junho, o FNPETI também esteve à frente de ações de incidência política, com destaque para a realização do Seminário Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, em Belém (PA), que reuniu governos, especialistas e sociedade civil para discutir ações práticas de prevenção e enfrentamento para o país.
A campanha reforçou dados alarmantes: mais de 1,6 milhão de crianças e adolescentes ainda estão em situação de trabalho infantil no Brasil, sendo 586 mil nas piores formas, como a exploração sexual, o tráfico de drogas e a mendicância forçada. Em contraponto, destacou a necessidade de retomar e fortalecer políticas públicas estruturantes, ampliar investimentos nas infâncias e adolescências, as ações intersetoriais e a valorização do sistema de garantia de direitos de crianças e adolescentes no Brasil.
A mobilização de 2025 reafirma o compromisso da Rede de Proteção com o direito de meninas e meninos à infância plena, à educação, ao brincar e ao futuro digno. Mais do que uma data simbólica, o 12 de junho é um marco de luta e articulação permanente. Como aponta o lema da campanha: é hora de transformar compromissos em ações.